Historia Familia Hamas
O tetraplégico xeque Ahmed Yassin,
assassinado hoje em Gaza, foi o fundador do grupo islâmico
Hamas, que surgiu como uma alternativa radical e violenta à
Organização de Libertação da Palestina (OLP), de Yasser Arafat.
Ele tinha pouco mais de 60 anos. Confinado a uma cadeira de rodas desde a adolescência devido a
um acidente enquanto jogava futebol, Yassin, acusado por Israel
de ser responsável por vários atentados contra israelenses,
conquistou a lealdade de palestinos empobrecidos oferecendo
serviços sociais aos desesperadamente necessitados, desde
creches até postos de saúde. O frágil xeque de voz intensa era a força ideológica por trás
do grupo militante, que rejeita a existência de Israel e se opõe
a acordos interinos de paz. Mais recentemente, ele disse que
aceitaria o estabelecimento de um Estado palestino na
Cisjordânia e em Gaza para ser usado como uma base temporária
contra Israel. "O Islã é a única resposta", afirmou ele numa entrevista a The
Associated Press em 1997. "Tudo parte dele." O objetivo de Hamas de estabelecer um Estado islâmico em
Israel, em Gaza e na Cisjordânia, o colocava em confronto com o
Estado judeu, mas também apresentava uma ameaça à Autoridade
Palestina, que tem uma posição secular de governo e reconhece
Israel. Em resposta à sua atitude de rejeição e aos incansáveis
ataques do Hamas, Israel marcou Yassin para morrer. Em setembro de 2003, o Estado judeu jogou uma bomba de 500kg
num prédio onde ele se reunia com altos líderes do Hamas. Todos
escaparam com ferimentos leves: Yassin sofreu cortes na mão e
foi retirado do prédio por guarda-costas. Completamente paralisado desde a adolescência, nos últimos
anos Yassin estava quase cego e com problemas de audição. Mas
apesar de toda sua fragilidade física, ele tinha um carisma
formidável. Palestinos se sentindo vitimados identificavam-se com ele e o
viam como um símbolo de força diante da adversidade. Yassin nasceu onde hoje é a cidade israelense de Ashkelon, e
sua família, como milhares de outras palestinas, tornou-se
refugiada em 1948 com a fundação de Israel. Ele cresceu num
campo de refugiados palestinos na Faixa de Gaza. Apesar de sua paralisia, depois de completar o ensino
secundário, ele foi para o Cairo, onde estudou um ano na
Universidade Ain Shams. Ele começou a se destacar como professor e líder espiritual.
Ele passava dias deitado em sua casa de concreto de três cômodos
em Sabra, na Faixa de Gaza, lendo livros sagrados, recebendo
discípulos e resolvendo contendas. Sua linguagem era temperada com alusões ao Corão. Ele mal
conseguia mover os dedos, mas o bastante para enfatizar suas
declarações. Quando ele aparecia em público, devotos cercavam sua cadeira
de rodas, ajustando carinhosamente seu véu de cabeça. Apesar de Yassin administrar milhões de dólares doados por
partidários, ele era reverenciado por nunca ter usado dinheiro
para si ou para sua família - sua mulher Halima e 11 filhos
agora adultos. Sua vida quase monástica contrastava fortemente com o estilo
de vida extravagante e manchada por acusações de corrupção de
altos integrantes da Autoridade Palestina depois que Gaza ganhou
autonomia em 1994. Durante sua vida, Yassin foi uma respeitada figura política. O
primeiro levante palestino, ou intifada, que explodiu em
dezembro de 1987, o colocou no mapa político. Ele fundou rapidamente o Hamas como uma ramificação da radical
Fraternidade Islâmica, baseada no Egito. O Hamas - que significa
"fervor" e é a sigla em árabe para Movimento de Resistência
Islâmica - ganhou a reputação de crueldade, especialmente contra
palestinos suspeitos de colaborarem com Israel. Apesar disso, o Hamas não foi formalmente proscrito pelos
militares israelenses até 1989. Na época, Israel e autoridades
americanas encorajaram tacitamente o crescimento de grupos
oposicionistas islâmicos em Gaza, como um contrapeso à
militância secular do movimento Fatah, de Arafat, a principal
facção da OLP. O Hamas teve permissão para abrir mesquitas, hospitais e
bibliotecas e fazer todo tipo de trabalho filantrópico. O
movimento foi usado pelos israelenses para desacreditar a
liderança de Arafat, que estava exilado na Tunísia. Depois de ter colocado o Hamas na ilegalidade, Israel prendeu
Yassin e cerca de 200 outros membros do grupo. Levado a uma
corte militar israelense, ele foi condenado à prisão perpétua
por organizar ataques contra civis e ordenar o seqüestro de dois
soldados israelenses - um dos quais foi morto. Preso, Yassin sofreu de diversas doenças, como bronquite
crônica, e problemas que comprometeram seriamente sua visão e
audição. Autoridades israelenses passaram a se preocupar que ele
poderia morrer na prisão e provocar assim levantes palestinos.
Mas o destino - na forma de um dos piores tropeços da espionagem
de Israel - interveio para libertá-lo. Em setembro de 1997, agentes do serviço de espionagem
israelense Mossad tentaram assassinar outro líder do Hamas,
Khaled Mashaal, inoculando um veneno nele nas ruas de Amã,
Jordânia. Os agentes foram capturados por autoridades jordanianas, e o
então rei Hussein teria ameaçado julgá-los e enforcá-los
publicamente caso Israel não entregasse o antídoto para o agente
nervoso usado contra Mashaal. A fim de conseguir a libertação dos agentes, Israel foi
forçado a soltar dezenas de prisioneiros palestinos, entre eles
Yassin. Mais de 10.000 palestinos encheram um estádio na Cidade de
Gaza para recebê-lo. Nas ruas de Gaza, ele era saudado como um "mujahed", ou
combatente sagrado, e tinha o título honorífico de "xeque da
intifada". Mesmo antes da libertação de Yassin, o Hamas tinha uma relação
conflituosa com a Autoridade Palestina. Em 1996, Arafat
encarcerou centenas de ativistas do Hamas, e os submeteu à
indignação maior de raspar suas barbas, um sinal de devoção ao
Islã. Depois de Yassin ganhar a liberdade, ele e Arafat prometeram
trabalhar fraternalmente. Mas o Hamas continuou a se opor à paz
com Israel, e o prestígio de Arafat começou a declinar à medida
em que o processo de paz não produzia frutos. As tensões
aumentaram. Em fevereiro de 1998, Yassin partiu de Gaza, alegando precisar
de tratamento médico. Mas, ele embarcou numa viagem de três
meses e meio por países árabes, amealhando estimados US$ 50
milhões e consolidando um apoio político ao Hamas. Yassin voltou novamente a Gaza em junho de 1998, no momento em
que o Hamas rejeitava uma oferta de Arafat para participar do
governo palestino. O local preciso de nascimento do xeque, assim como vários
outros aspectos de sua vida, são envoltos em mistério. Seu filho Abed, e o porta-voz do Hamas Mahmoud Zahar disseram
em junho de 1998 que ele tinha 62 anos, mas não precisaram o dia
nem o local de seu nascimento. De seu passaporte palestino,
entretanto, consta que ele nasceu em 1º de janeiro de 1929. Já
Yassin dizia que havia nascido em 1938.
Em 1980 o lider Fakhry_Kammel, pegou alguns seguidores e foi para o EUA, nossa familia aje de baixo dos panos até hoje mais a qualquer momento alguem pode morrer em nossos atentados.
PS - ONDE HOUVER OPRESSÃO, HAVERA RESISTÊNCIA - HAMAS RESISTENCE ISLAMIC